sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

As mamatas do presidente do Senado.

O presidente do Senado comanda a pauta legislativa da Casa e do Congresso Nacional e é o terceiro na linha sucessória da Presidência da República. Mas o acúmulo de poder não é a única vantagem do cargo. O parlamentar na direção do Senado tem residência oficial em bairro nobre de Brasília, carro com dois motoristas, um batalhão de funcionários e jatos da FAB (Força Aérea Brasileira) a sua disposição.

A eleição para escolher o presidente para o período 2015-2016 ocorre no próximo domingo (1º). Até o momento, nenhuma candidatura formal foi apresentada ao Senado.

Uma possibilidade que deve se confirmar é que ocorra um racha no PMDB, que terá dois candidatos. O senador Luiz Henrique (SC) – membro da ala que se define como independente --  afirmou na terça-feira (27) que irá lançar candidatura à presidência. E nos bastidores, sabe-se que o atual presidente, senador Renan Calheiros (AL), também deverá tentar a reeleição. O PMDB marcou uma reunião para esta sexta-feira para decidir quem será o nome do partido.

Apesar de não ganhar mais que os demais senadores -- o contracheque do presidente é igual ao dos outros parlamentares, cerca de R$ 33,7 mil --, ele recebe uma série de benefícios.  Veja as vantagens de se assumir a presidência do Senado:

  • Residência oficial de 450 m²: A residência oficial do presidente do Senado fica em uma área nobre de Brasília, conhecida como Península dos Ministros. A região é chamada assim porque políticos e autoridades moram em casas luxuosas ali. Entre os gastos com a moradia, há valores até curiosos. Segundo o Contas Abertas, o Senado Federal vai desembolsar R$ 3.000 para a associação de moradores da península para "segurança, conservação, melhoramento e aformoseamento" da área. As despesas com funcionários e manutenção são custeadas pelo Senado. A casa tem 450 m², quatro quartos, três salas, biblioteca e jardim, escritório, sala de jantar e piscina.
  • Viagens em voos da FAB: O presidente do Senado pode usar jatos da FAB para viagens de trabalho e não tem limites de número de passagens para voo comercial. Por mês, cada senador tem direito a cinco passagens aéreas de ida e volta da capital do seu Estado para Brasília.
  • Passaporte diplomático: As viagens internacionais também podem ser facilitadas. O Itamaraty informou que Renan Calheiros, o atual presidente, tem passaporte diplomático desde 2011 e que o documento vale até abril deste ano. É preciso ressaltar, no entanto, que o decreto que estabelece parâmetros para a obtenção deste tipo de passaporte não faz distinção entre o presidente do Senado Federal e os demais parlamentares, apenas diz que "membros do Congresso" podem obtê-lo.
  • Gabinetes: o senador tem direito a um gabinete próprio da presidência. O escritório tem móveis rebuscados e é mais amplo, são 622,81 m² com sala de audiências, sala do presidente, sala de cerimonial e salas de secretárias e assessorias. Além disso, pode contratar 37 funcionários comissionados exclusivos para a presidência. Vale lembrar que independente do benefício da presidência, o parlamentar também mantém os funcionários de seu gabinete pessoal e pode contratar até 55 funcionários para ele. Também pode receber o chamado "cotão", que varia entre R$ 21 mil e R$ 44 mil para os gastos com escritórios nos seus Estados. O senador também tem celular ilimitado.
  • Veículo oficial e combustível: o parlamentar também tem à disposição um carro com motorista. O atual carro usado pela presidência da Casa é um Hyundai Azera 2013. Não há limite para o uso da gasolina. 

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ciranda Financeira e especulação.



A impressão que se tem é que nem mesmo os economistas mais ortodoxos, aqueles que consideram o sacrossanto “mercado” como um infalível guia orientador de suas análises, se opõem à evidência da natureza financeira e da falta de controle da atual crise por que passa o capitalismo em todo o planeta. Afinal, a realidade grita mais forte, escancara as dificuldades e supera a fragilidade dos pressupostos ideológicos conservadores.

O processo crescente de financeirização das atividades econômicas começou a apresentar as suas faturas perversas do apoio incondicional que recebeu de economistas, analistas, gestores do mercado financeiro, integrantes dos organismos multilaterais e governantes pelo mundo afora. Durante pelo menos 3 décadas todos assistiram passivamente, quando não contribuíam ativamente, ao crescimento desproporcional da dimensão financeira em relação à economia real, ou seja, a produção de bens e serviços.

Hegemonia conservadora e expectativas (ir) racionais
A afirmação dos princípios do chamado Consenso de Washington, no final dos anos 1980, vinha consolidar a supremacia hegemônica das idéias da ortodoxia econômica no interior e junto aos dirigentes dos principais organismos multilaterais, como o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), entre tantos outros. As propostas e os instrumentos de análise estavam na base da constituição do arcabouço teórico daquilo que veio a ficar conhecido como “neoliberalismo”.

O cenário internacional apontava para um aprofundamento do processo de trocas na esfera internacional, com o fortalecimento do processo de globalização ou mundialização. A maior parte dos governos do mundo e os dirigentes de instituições como a União Européia, a Organização Mundial para o Comércio (OMC) e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) estavam em sintonia a respeito de como se comportar em matéria econômica. Tratava-se da implementação da estratégia de reduzir o papel dos Estados na economia e de propugnar pela desregulamentação desse tipo de atividade. Em termos concretos, isso significou um vasto processo privatização de empresas estatais em todos os continentes e a liberalização de amplos setores para a chamada “livre ação das forças de mercado” pelo mundo afora.

Um dos principais pressupostos a embasar tais propostas era a noção de “expectativas racionais”. Assim, imaginava-se que o comportamento dos agentes econômicos estivesse assentado na racionalidade do ser humano e que o equilíbrio das forças de oferta e demanda sempre levaria ao melhor resultado possível para toda a sociedade. Afinal, as expectativas em relação ao futuro seriam racionais, como seria o comportamento daqueles indivíduos (e instituições) que tomavam as decisões – em casa, na empresa, na cidade, no país ou no mundo. A crença era tão forte que chegou mesmo a se constituir em algo próximo a uma corrente de pensamento econômico. Triste ilusão! Assim como sempre acontecera antes na história da humanidade, as crises demonstraram mais uma vez que a lógica de acumulação do capital não apresentava nada de “racionalidade”, mas tão somente a busca da geração e apropriação do excedente de forma privada. E pouco importava as conseqüências colaterais decorrentes da busca de tal resultado. A lógica que prevalece, como sempre, é a do capital e não a do social.

Autonomia da esfera financeira
Assim, o resultado da livre ação das forças de mercado não significava melhoria das condições da maioria da população e nem mesmo a garantia de crescimento ou desenvolvimento econômicos. Não apenas as atividades de produção de bens e serviços passavam a ficar menos sujeitas a regulação e fiscalização, como assistiu-se mesmo a um verdadeiro “boom” de crescimento das atividades de natureza puramente financeira, inclusive em escala internacional. Os bancos, as bolsas de valores, os mercados de capitais, os mercados de operações futuras (derivativos), os mercados de “commodities”, os mercados de compra e venda de divisas internacionais, enfim o conjunto da dimensão financeira da dinâmica capitalista ganha cada vez mais destaque e relevância.

Um dos problemas gerados por tal autonomização da esfera financeira em relação ao setor real é o surgimento de crises de natureza distinta daquelas que o capitalismo estava habituado a conviver. Não se trata mais das tradicionais e conhecidas crises de superprodução ou de escassez de demanda. A partir da generalização dos processos de financeirização, a dinâmica de geração de patrimônio e de riqueza capitalistas passa a ocorrer de forma absolutamente descolada da produção de bens e serviços. Tudo se passa como se o capital fosse multiplicado a partir de bases inexistentes.

Vejamos de perto casos bem concretos para facilitar a compreensão desse fenômeno tão complexo. A título de ilustração, consideremos os seguintes processos: i) a produção de um bem agrícola, por exemplo o milho; e ii) a construção de um imóvel residencial.

Efeitos perversos no caso agrícola
A produção agrícola mundial tem experimentado um grande salto ao longo das últimas décadas, com ampliação da oferta de crédito e incorporação de inovações tecnológicas. Tal fenômeno tem ocorrido em especial na área dos produtos chamados de “commodities”, que apresentam possibilidade de comercialização e de estoque em todo o planeta. Assim, o processo de produção de milho envolve um conjunto enorme de agentes econômicos e produtos financeiros, que ultrapassam em muito o valor da produção agrícola “stricto sensu”. Em tese não se trata de algo necessariamente negativo, mas apenas é fruto do processo de divisão internacional do trabalho e da especialização das atividades no mundo contemporâneo. 

Aqui eu me refiro a itens como insumos presentes na produção (água, fertilizantes, sementes, maquinário, etc) e outros elementos como transportes, estocagem, seguro e custo do financiamento. Dessa forma, só aqui nessa pequena lista de itens paralelos, pode-se perceber que a participação do produtor agrícola no valor agregado final da mercadoria a ser comercializada é cada vez mais reduzida.

No entanto, a necessidade que o capitalismo enfrenta de sempre criar novas oportunidades de acumulação de capital terminou por ampliar as alternativas de ganho financeiro associado de forma indireta à atividade agrícola, mas completamente descoladas da mesma. Trata-se aqui das operações de mercado futuro das “commodities”. Os grandes operadores do mercado financeiro constituem verdadeiros balcões de negócio, em que se aposta – literalmente - a respeito dos preços dos bens agrícolas no futuro. Com isso, cria-se um mercado secundário e de risco para esse tipo de produto - por exemplo, o milho aqui considerado. Qual a sua opinião a respeito da tonelada de milho para safra de 2014? Não se preocupe, pois com certeza já existe uma cotação para tal especulação e isso termina por influenciar as condições do mercado presente, atual. Os grandes operadores desse tipo de mercado financeiro acabam por determinar ao ganhos e/ou perdas dos produtores agrícolas. 

Apenas para se ter uma noção de ordem de grandeza, a relação entre o valor da produção real mundial e o valor de títulos financeiros do mercado de derivativos é de 1:10. Ou seja, há dez vezes mais papéis sem lastro algum - pura especulação em embalagem de sofisticação tecnológica - em relação ao produto da economia concreta. Ora, não há modelo que seja sustentável no longo prazo com tal disparidade ente a produção e a especulação.

Financeirização e crise dos imóveis
No caso da construção de um imóvel, as relações entre o mundo real e a economia virtual são de natureza distinta. Em geral, as deformações têm início no processo de financiamento das construções. São bens de valor relativamente elevado para o padrão de renda da maioria das famílias. Em razão disso, o sistema financeiro é obrigado a constituir mecanismos para a concessão de crédito imobiliário de longo prazo, capaz de oferecer prestações e condições compatíveis para os interessados. Os casos mais freqüentes são os de hipotecas de 2, 3 ou mais décadas. No caso brasileiro, utiliza-se como lastro para esse tipo de empréstimo os mecanismos de poupança compulsória (como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS) ou o sistema da caderneta de poupança. 

Em termos gerais, nos momentos de expansão do crédito há uma tendência inerente ao sistema de constituição das chamadas “bolhas de preços”. O sistema todo passa a operar como que inflacionando os preços dos imóveis: existe crédito suficiente, há aumento de demanda, as empresas construtoras atendem pelo lado da oferta. Assim, as condições parecem ideais para um salto à frente. Para aqueles que estão operando no dia-a-dia desse tipo de mercado, tudo parece normal. Mas basta um mínimo de distanciamento para se perceber que ele está completamente deslocado dos preços da economia real.

Os primeiros sinais de crise começam a surgir nos momentos da chamada “realização” dos ganhos. As expectativas com relação ao passado começam a não mais se realizar, tal como pretendido pelos agentes intervenientes no mercado. As empresas não cumprem com as promessas de entrega dos imóveis, os compradores começam a ter problemas para fazer face às obrigações financeiras dos empréstimos contraídos. Os preços elevados de compra e venda revelam-se estar em um verdadeiro mundo da fantasia. Como os tomadores de empréstimos não tinham condições de renda para assegurar as condições dos contratos em horizontes de várias décadas, as instituições financeiras criaram mecanismos de repasse do risco de não-pagamento das hipotecas. São os mercados derivativos de risco de inadimplência, onde os agentes apostam na maior ou menor especulação quanto às hipóteses dos contratos serem ou não honrados. 

Há instituições financeiras de segunda linha especializada na comercialização desse tipo de “ativo tóxico”. Em seu conjunto, o sistema opera como as conhecidas “pirâmides da alegria” - na verdade, de ilusão e fantasia. Enquanto tudo está em movimento, tem-se a falsa sensação de normalidade. Porém, quando há uma primeira falha e não se consegue cumprir o prometido, está criado um efeito dominó e tudo passa a se desfazer como um castelo de cartas. O devedor não consegue pagar a prestação. O banco exige o imóvel dado em garantia. As instituições que ficavam com o risco não têm como repassá-lo à frente. Rapidamente aumenta a oferta de imóveis para venda e os preços vão lá para baixo. 
Quem consegue vender, dá-se conta que o valor obtido na operação é muito menor do que o constante no contrato de empréstimo contraído. O mundo real se impõe ao da especulação artificial. A crise está escancarada.

Taxa Tobin e maior regulação do capital financeiro
Esses são apenas alguns dos inúmeros efeitos perversos provocados pela excessiva financeirização da economia e pela falta de controle e regulação dos Estados sobre os agentes que operam nessa dimensão. Assim, o que se faz necessário é reforçar as instituições e as regras de fiscalização na área financeira no interior dos países, inclusive criando mecanismos de controle da governança global sobre as atividades especulativas no plano internacional. A implementação de um tributo a incidir sobre as transações financeiras internacionais – a Taxa Tobin – certamente viria a contribuir para tal mudança comportamental. É urgente a adoção de medidas de maior controle sobre a incrível mulitplicidade de operações financeiras que comprometem o equilíbrio das contas internacionais e que demonstraram a capacidade de prejudicar seriamente a economia real em todo o planeta.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Drogas do sertão.



Ao longo da colonização, observamos que a incursão pelo interior do nosso território abriu caminho não apenas para o conhecimento de novos espaços, mas também para a existência de várias plantas, frutas e raízes que compunham a nossa vegetação. Nesse processo, o contato com as populações indígenas também foi de suma importância para que os colonizadores conhecessem as potencialidades curativas e culinárias das chamadas “drogas do sertão”.

 Antes que a nossa colonização se efetivasse, a partir de 1530, toda a Europa tinha grande interesse nas especiarias vendidas nas Índias. As ervas, frutos, raízes e sementes do mundo oriental serviam para a preparação de remédios, a fabricação de manufaturas e o tempero da comida. No século XV, o advento das grandes navegações – lideradas pelas nações ibéricas – objetivava a conquista de uma rota que ligasse a Europa aos comerciantes indianos, tamanho era o interesse por esses produtos.

Envolvidos em tal projeto, os portugueses acabaram conquistando uma rota de chegada ao Oriente por meio da circunavegação da África. Tal rota, apesar de cumprir o seu objetivo, acabou não sendo economicamente viável por conta do grande tempo gasto na viagem e a concorrência de outros povos que já comercializavam com os indianos. Dessa forma, a possibilidade de se vender e consumir as especiarias em Portugal acabou não sendo concretizada.

Nos séculos XVI e XVII, a exploração da região amazônica acabou surgindo como uma solução para o papel econômico anteriormente desempenhado pelas especiarias indianas. Afinal, esse espaço do território colonial acabou se mostrando rico em frutas, sementes, raízes e outras plantas que tinham finalidades medicinais e culinárias. Cacau, cravo, guaraná, urucum, poaia e baunilha foram alguns dos produtos que ficaram conhecidos como as tais “drogas do sertão”.

Na maioria das vezes, a extração das drogas do sertão era feita pelas missões jesuítas que se localizavam no interior do território e aproveitavam da mão de obra indígena disponível. Paralelamente, os bandeirantes, em suas incursões pelo interior, também realizavam essa mesma atividade com o objetivo de vender esses produtos na região litorânea. De modo geral, a extração das drogas do sertão atendia demandas provenientes tanto do mercando interno como do mercado externo.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

No que trabalhava o Promotor morto na Argentina .

Os atentados na Argentina contra a embaixada de Israel (1992, 29 mortos) e a associação judia AMIA (1994, 85 mortos) continuam sem esclarecimento e o caso como um todo se complicou com a morte do promotor encarregado, Alberto Nisman.

A morte de Nisman acontece no mesmo dia em que ele devia comparecer para explicar sua denúncia contra a presidente Cristina Kirchner, a quem acusou de acobertar o Irã no caso relacionado com a AMIA.

Muitas questões precisam ser elucidadas sobre esses ataque ocorridos em Buenos Aires contra a comunidade judia, a maior da América Latina, e registrados durante o mandato do presidente Carlos Menem (1989-1999).

- 17 de março de 1992: às 14h45 uma explosão na embaixada de Israel em Buenos Aires deixa 29 mortos e mais de 200 feridos.

- 18 de julho de 1994: explode uma bomba na entrada da AMIA (Associação Mutual Israelita Argentina) às 9h53. Oitenta e cinco pessoas morreram, e 300 ficam feridas.

- Julho de 1994: o juiz que investiga o atentado, Juan José Galeano, viaja a Caracas, Venezuela, para entrevistar Manoucher Motamer (depois assinalado como agente da CIA), um ex-diplomata iraniano que entrega informações que incriminam funcionários da embaixada iraniana em Buenos Aires.

- Julho de 1996: três policiais de alto escalão e outro reformado são suspeitos de participar no ataque.

- Julho de 1997: o promotor Alberto Nisman se incorpora à investigação.

- 24 de setembro de 2001: começa o julgamento oral e público do caso AMIA.

- 21 de agosto de 2003: Hade Soleimanpour, ex-embaixador iraniano na Argentina, é detido no Reino Unido por um pedido de extradição da Argentina por seu suposto vínculo no atentado contra a AMIA. Em 12 de novembro de 2003, o Reino Unido rejeita por falta de provas o pedido de extradição.

- 3 de dezembro de 2003: a Câmara Federal remove o juiz Galeano da causa e o substitui por Rodolfo Canicoba Corral, até hoje juiz do processo.

- Setembro de de 2004: um tribunal declara nula a causa e absolve todos os imputados assinalados como "conexão local", entre eles policiais, depois de quase três anos de julgamento oral.

- 13 de setembro de 2004: ex-presidente Néstor Kirchner cria uma promotoria especial para o caso AMIA, a cargo de Nisman.

- 3 de agosto de 2005: conselho da Magistratura destitui o juiz Galeano por irregularidades na investigação.

- 19 de setembro de 2006: o juiz federal Ariel Lijo processa Hugo Anzorreguy, chefe do Serviço de Inteligência da Argentina (SIDE) nos anos 1990; o ex-juiz Galeano; o ex-presidente da Delegação de Associações Israelitas Argentinas (DAIA) Rubén Beraja, entre outros, por detenção ilegal, confissões forçadas e falsificação de documentos.

- 25 de outubro de 2006: Nisman acusa formalmente o Irã de estar por trás dos atentados e o Hezbollah de executá-los.

- 7 de novembro de 2007: Argentina solicita à Interpol um pedido de prisão para cinco iranianos, entre eles, Ali Fallhijan, ex-ministro da Segurança; Mohsen Rezai, ex-comandante da Guarda Revolucionária e Mohsen Rabbani, ex-adido cultural da embaixador do Irã em Buenos Aires.

- Setembro de 2009: a presidente argentina, Cristina Kirchner, exigiu do Irã, perante a Assembleia Geral da ONU, que extradite seus funcionários indiciados.

- 1º de outubro de 2009: o juiz Lijo processa por acobertamento o ex-presidente Carlos Menem (1989/99) e funcionários acusados de irregularidades na investigação, entre eles Juan José Galeano.

- Novembro de 2010: o WikiLeaks revela contatos de funcionários da embaixada dos Estados Unidos em Buenos Aires com o promotor Nisman.

- 27 de janeiro de 2013: Argentina e Irã assinam um memorando de entendimento para tentar avançar com o processo. O acordo, vetado pelos parlamentares opositores e denunciado como "inconstitucional" pela AMIA, considerava a criação de uma Comissão da Verdade integrada por cinco juristas internacionais e que Argentina pudesse interrogar no Irã os cinco imputados.

- 14 de janeiro de 2015: Nisman acusa a presidente Cristina Kirchner e seu chanceler Héctor Timerman de encobrir o Irã no atentado contra a AMIA e pede que seja interrogada.

- 18 de janeiro de 2015: o promotor Nisman, de 51 anos, é encontrado morto em seu apartamento de Buenos Aires, com uma arma de fogo junto ao corpo, horas antes de comparecer ao Congresso para explicar a denúncia contra a presidente.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

E se Graça Foster for ladra?

Tenho convicção de que não é, a julgar pelo testemunho de amigos e conhecidos que acompanham há muito tempo a trajetória da presidente da Petrobras.

A impressão é referendada pela investigação que devassa a empresa criada em 1953 e descobre uma falcatrua atrás da outra. Nenhuma com indício de participação de Maria das Graças Foster.

Até estourar o escândalo em curso, a imagem de competência da engenheira era praticamente unânime.

Graça Foster não é larápia. Mas se fosse?

Do noticiário recente, impressiona a autonomia que diretores e gerentes da Petrobras tinham ou têm para exercer de gatuno.

Existem conselhos e outros colegiados, mas está claro que suas funções são protocolares. Os mecanismos fiscalizadores não funcionam.

Noutras palavras, se executivos que não se tornaram cabeça da companhia roubaram tanto, confessadamente, imagina se um presidente quiser meter a mão no patrimônio alheio. O estrago será mais grave.

Depende-se da integridade do presidente, porque os controles são fragilíssimos.

A Petrobras foi criada contra interesses poderosos. Desde então foi sabotada pelos inimigos do monopólio estatal do petróleo. Nos anos 1990, eles lograram sucesso, e “o petróleo é nosso'' virou slogan do passado, pelo menos “é 'só' nosso''. Hoje e ontem um consórcio de empresários privados e servidores públicos corruptos, incluindo políticos, sangra ainda mais a empresa que representou e representa uma conquista do povo brasileiro.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Relembrando... Agentes de formação do relevo

O relevo corresponde às irregularidades contidas na superfície terrestre. Sua formação pode ter duas origens, provenientes de fatores endógenos (internos) e exógenos (externos).
Os fatores internos da formação do relevo são o tectonismo e o vulcanismo. O tectonismo influencia na formação de relevo por meio das acomodações das placas litosféricas que podem ser de aproximação ou de afastamento.
Os movimentos da placas litosféricas são provocados pela quantidade de calor existente dentro da Terra, dando origem às correntes de convecção que podem ser convergentes e divergentes: a primeira quando as placas se chocam e a segunda quanto se afastam.

O processo de vulcanismo interfere na formação do relevo, pois quando existe uma grande pressão no interior da Terra, as camadas da crosta se rompem. De uma forma geral, o vulcanismo dá origem a duas formas de relevo: as montanhas e os planaltos.

Já os fatores exógenos (externos) formam o relevo por meio de erosões, que podem ser pluviais (provocadas pela água da chuva) e fluviais (provocadas pelas águas dos rios e mar). Nesses casos, o relevo sofre alterações, pois o escoamento das águas o desgasta dando a ele gradativamente novas formas.

As geleiras também promovem modificações no relevo através da erosão glacial, quando ocorrem avalanches e porções de rochas se desprendem, alterando, assim, o relevo do local. Por fim, existe a modificação do relevo por meio da ação dos ventos, denominada erosão eólica.

O homem também é um agente externo de transformação do relevo. Essas modificações são provenientes das atividades e das relações humanas. O homem, através do trabalho, transforma o relevo segundo os interesses econômicos ou mesmo para habitação.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Governo não vai reduzir Gasolina.

Sonho meu O Palácio do Planalto trabalha com um cenário em que a volta da cobrança da Cide sobre a gasolina não seja repassada ao consumidor. Setores do governo estão convencidos de que a queda do preço do petróleo no mercado internacional abriu espaço para a manutenção da tarifa do combustível na bomba. Como a Petrobras continua vendendo gasolina ao mesmo preço, apesar do petróleo mais barato, auxiliares de Dilma defendem uma redução do lucro da companhia.

Segura A medida serviria para acomodar a Cide e evitar pressões inflacionárias.


Contabilidade… O mercado já discute essa possibilidade como um cenário "provável" para 2015.


… criativa O ministro Joaquim Levy (Fazenda), no entanto, disse na semana passada que "a Petrobras fará a decisão de preços como empresa", indicando que a estatal não deve ser usada para o controle da inflação.


Faltou o cara As centrais sindicais entram sem grandes expectativas na reunião hoje, em São Paulo, com quatro ministros de Dilma para discutir mudanças nos benefícios trabalhistas. A ausência de Levy é tida como péssimo sinal pelos dirigentes.


Saudades "Vou lançar o movimento 'Era Feliz e Não Sabia – Volta Mantega", prometeu o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.


Próxima parada Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que disputa a presidência da Câmara, se encontrará com a Força na segunda que vem.


Fora de… As sessões até tarde da noite às terças-feiras em 2014 acabaram com um "curral de votos" de Júlio Delgado (PSB-MG) para a presidência da Câmara.

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… campo Ele liderava o futebol semanal que reunia 20 deputados com os quais fez campanha da primeira vez que disputou o cargo.


Para depois A pedido do PT, o TSE adiou a propaganda do partido na TV de 12 de fevereiro, às vésperas do Carnaval, para 5 de maio. No programa, a sigla pretende abordar temas como reforma política e regulação da mídia.


Previdência A presença de José Sarney (AP) na reunião do PMDB sobre as eleições no Congresso foi interpretada como sinal de que ele quer manter sua influência no partido ao deixar o Senado, em fevereiro.

Coordenador No encontro, o senador defendeu arduamente os interesses de Renan Calheiros (AL).

Número… O PRB, que elegeu 21 deputados, está em busca de aliados para formar um bloco com pelo menos 31 parlamentares.

… mágico Com essa quantidade, é possível pedir verificação de presença no plenário da Câmara para obstruir votações, por exemplo.

Reação Do deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB), sobre o ataque do deputado estadual Pedro Tobias (PSDB-SP) ao ministro Gilberto Kassab: "É mestre em comércio: vendeu a medicina para se fazer na política. Agora, aluga o mandato para tarefas covardes determinadas por outros".

É cilada Dirigente de um partido que quer cooptar Marta Suplicy torce para ela não cair no que chama de "canto da sereia lulista": a sinalização de que a senadora será candidata ao governo paulista em 2018, caso fique no PT.

Vidente Tentará mostrar a Marta que Fernando Haddad vai colocar Gabriel Chalita (PMDB), seu novo secretário de Educação, como vice em 2016. Caso reeleito, Haddad disputaria o Bandeirantes, e Chalita viraria prefeito.

TIROTEIO
Nem Walt Disney poderia imaginar. A Petrobras reeditou Tio Patinhas. Paulo Roberto literalmente nada em dinheiro!
DO DEPUTADO MARCUS PESTANA (PSDB-MG), sobre a suspeita de que Paulo Roberto Costa teria guardado dinheiro sob uma piscina aterrada em sua casa.
CONTRAPONTO

Na sabatina da Comissão de Infraestrutura do Senado que aprovou a indicação de Jerson Kelman —hoje presidente da Sabesp— e de Benedito Braga —secretário paulista de Recursos Hídricos— para a diretoria da ANA (Agência Nacional de Águas), em 2000, a senadora Emília Fernandes (PDT-RS) disse ter recebido denúncias anônimas contra a dupla, sem revelá-las.
Ao fim da sessão, ela disse que os dois eram acusados de integrar a Associação Brasileira de Recursos Hídricos.
—Isso não é denúncia! É currículo… —bradou Braga, provocando risadas na sala.
 

domingo, 18 de janeiro de 2015

Archer era traficante e não Herói, diz ex ministra

A informação de que o corpo do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, executado no sábado (17) na Indonésia, após ter sido condenado por tráfico de drogas, foi cremado e suas cinzas serão trazidas para o Rio de Janeiro por sua tia, a advogada Maria de Lourdes Archer, provocou a reação da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) em sua conta na rede de microblogs Twitter. Rosário, que foi ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, questiona o interesse pelo local onde as cinzas de Archer serão levadas no Brasil. E argumenta: "O sujeito não era herói, era traficante."

No post publicado no Twitter, em que questiona o interesse pelo local onde as cinzas do brasileiro executado na Indonésia serão levadas, a ex-ministra dos Direitos Humanos pondera que foi contra a sua execução. "Sou contra a pena de morte", reiterou. Mas não deixou de criticar o interesse provocado pela informação do destino que terá as cinzas de Archer, repercutido principalmente pela imprensa brasileira.

Preso na Indonésia desde 2003, Marco Archer era carioca, tinha 53 anos e trabalhava como instrutor de voo livre. Ele foi detido quando tentava entrar naquele país com 13 quilos de cocaína escondidos dentro de tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta ao passar pelo aparelho de raio-X, no Aeroporto Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aeroporto, mas acabou preso duas semanas depois.

Em nota divulgada em seu site neste domingo (18), a Anistia Internacional classificou de retrocesso para os direitos humanos a execução de seis réus acusados de tráfico de drogas na Indonésia, cinco deles estrangeiros, incluindo o brasileiro Marco Archer. "Este é um retrocesso grave e um dia muito triste. A nova administração tomou posse prometendo fazer dos direitos humanos uma prioridade, mas a execução de seis pessoas vai na contramão desse compromisso", destacou Rupert Abbott, diretor de pesquisa sobre a região do Sudeste Asiático e Pacifico da Anistia Internacional.

As execuções, realizadas no sábado (17) pelo pelotão de fuzilamento, foram as primeiras desde que o presidente Joko Widodo assumiu o cargo, em novembro do ano passado. Apesar da promessa de priorizar a área de direitos humanos, Widodo é considerado linha dura com os crimes do narcotráfico e rejeitou os pedidos de clemência para mudar a pena dos condenados, dentre eles o da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

Após tomar conhecimento - consternada e indignada - da execução do brasileiro, Dilma lamentou o episódio e destacou que a pena de morte, condenada crescentemente pela população mundial, afeta "gravemente" as relações entre Brasil e Indonésia. A presidente ainda dirigiu uma mensagem de conforto à família de Moreira e convocou o embaixador do Brasil em Jacarta para consultas.

Além do brasileiro, o primeiro a ser executado por crime no exterior, cinco presos foram condenados à morte no sábado (17) na Indonésia. Outro brasileiro preso e condenado à morte em Jacarta, que teve o pedido de clemência feito por Dilma também rejeitado, é o surfista Rodrigo Gularte, de 42 anos. Ele foi detido em 2004, também no aeroporto de Jacarta, com 12 pacotes de cocaína.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Um pouco da História de Abraão.

Acredita-se que Abraão teria vivido mais provavelmente entre os séculos XXI e XVIII antes de Cristo. Uma vez que não existe atualmente nenhum relato da sua vida independente das escrituras - especificamente, do Livro do Génesis -, é preciso ter fé para acreditar que ele tenha sido uma figura histórica ou um personagem exaltado por Moisés a fim de explicar a origem dos hebreus e motivar o êxodo de seu povo do Egito em direção à terra de Canaã para concretizar as promessas de Deus.

Segundo o livro Géneses que compõe o Pentateuco  do Antigo Testamento, Deus disse a Abraão para deixar Ur com  a sua família em direcção à "terra que eu te indicar". Nesta terra, os seus descendentes formariam uma grande nação e herdariam uma terra "onde corre leite e mel". Sendo o povo escolhido de Deus, os hebreus conquistariam a terra prometida de Canaã uma terra de fartura, em comparação com as que Abraão deixara para trás. Foi assim que Abraão deixou a sua vida sedentária para viajar para Canaã. Esta migração é de significado histórico comparável à epopéia de Moisés, mais tarde, trazendo os hebreus de regresso do Egito, através do Mar Vermelho 

O Judaísmo considera a existência e a importância de Abraão. Abraão é considerado o fundador da nação hebraica. Maimonides, em seu livro "os 613 mandamentos" ensina com relação ao 3º mandamento, "Amar a Deus", que se deve fazer com que o Eterno seja amado pelos homens como foi feito pelo pai Abraão.Segundo uma tradição judaica, Abraão era o guardião da Torá inteira  incluindo até mesmo os acréscimos rabínicos, antes mesmo de ser revelada por Deus.

O Islão também considera a existência e a relevância de Abraão (com o nome de ibraim) como sendo o ancestral dos Árabes, através de Ismahel A data de 1812 é por vezes apontada. A tradição judaícas  também aponta que o patriarca teria vivido entre 1812 a.Ce 1637 a.C (175 anos). O Judaismo o Cristianismo e o Islão são por vezes agrupados sob a designação de "religiões abraâmicas", numa referência à sua suposta descendência comum de Abraão. Há registros que apontam para o seu nascimento em 2116 a.C.

Abraão era filho de Terah, 20 gerações depois de Adão e 10 depois de Noé. E, considerando que Noé ainda teria vivido 350 anos após o dilúvio, Abraão poderia ter conhecido o seu ancestral e também a Sem.

O nome original de Abraão era Abram, uma brincadeira judaica com Ibrim, que significa "Hebreus", para soar como "Excelso Pai". Abraão era o primeiro dos patriarcas bíblicos  Mais tarde, respondeu pelo nome de Abraham(Ibrahim), (ابرَاهِيم em árabe, אברהם em hebraico), o que significa "pai de muitos" (ver Génesis 17:5). O nome Abraham era um nome comum de pessoas entre os amoritas (na forma Abamram).

A história de Abraão começa quando o patriarca deixa a terra de sua família na cidade de Ur dos Caldeus e segue em direção a Canaã. A partir daí, a Bíblia relata diversas aventuras mais ou menos desconexas envolvendo Abraão, sua esposa Sara, seu sobrinho , sempre realçando a nobreza do personagem e a sua obediência a Deus.

Os episódios mais emblemáticos da narrativa são aqueles que contam de como Abraão se sujeitou ao rei do Egito, que tomou sua mulher como esposa, para salvá-la de qualquer punição. O segundo episódio marcante da vida de Abraão ocorreu em sua velhice. Sara, sua esposa, já idosa ainda não havia lhe dado um filho (seu primeiro filho Ismael, ou Ishmael, era filho de uma concubina - Agar), quando Deus teria lhe concedido esta graça, e assim nasceu Isaque, ou Isaac, a quem Abraão mais amou. Porém, quando Isaque era ainda criança, Deus chamou Abraão e pediu que ele trouxesse seu filho ao alto de um monte chamado de Moriá ou Moriah, informando a ele, no meio do caminho, que gostaria que o velho patriarca o sacrificasse, para mostrar seu amor por Ele. Mesmo sendo Isaque o filho amado que tanto desejara por toda a vida, Abraão não relutou em sacar uma adaga e posicioná-la sobre o pescoço de seu filho. Deus então mandou um anjo para segurar o punho de Abraão, dizendo estar satisfeito com a obediência de Abraão. Em recompensa, Deus poupou seu filho, e prometeu que sua linhagem produziria uma nação numerosa que governaria toda a terra por onde Abraão havia caminhado em vida (Canaã, propriamente dita).