sábado, 27 de dezembro de 2014

A farsa das primeiras colocadas no Enem.


Escola campeã do ENEM ocupa, ao mesmo tempo, 1º e 569º lugar do ranking

MATEUS PRADO

26 Dezembro 2014 | 15:39

A primeira colocada no ENEM não é uma escola, é uma artimanha jurídica que faz com que os alunos tenham suas notas computadas em duas listas diferentes.

Vários Fakes entre as primeiras colocadas no ENEM 

A escola que se auto intitula a primeira colocada no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ocupa, ao mesmo tempo, a 1ª e a 569ª posição no ranking que a imprensa faz com os resultados do ENEM.  E  faz 5 anos que a escola usa do mesmo expediente (fingir ser outra escola para ficar em primeiro lugar no ENEM) e ninguém toma nenhuma providência.

Como ela fez isto ? Fácil. A escola, localizada na Avenida Paulista, em 2009 separou numa sala diferente os alunos que acertavam mais questões em suas provas internas. Trouxe, inclusive, alguns alunos de suas franquias pela grande São Paulo. E “criou” uma outra escola (abriu outro CNPJ), mesmo estando no mesmo espaço físico. E de lá pra cá esta ‘outra escola’ todo ano é a primeira colocada no ENEM. A 569ª posição é a que melhor reflete as condições da escola. O 1º lugar é uma farsa.

A primeira colocada no ENEM NÃO é uma escola, é uma artimanha jurídica que faz com que os alunos tenham suas notas computadas em duas listas diferentes. Uma minoria que acerta muitas questões vai pro CNPJ novo e fica em primeiro lugar no ENEM. Todos os demais – a maioria – fica no CNPJ antigo e tem resultados muito ruins no ENEM (em 2013 a 569ª colocação).

Todos estudam no mesmo prédio,  com os mesmos professores, com o mesmo material,  no mesmo horário, convivendo no mesmo pátio e no mesmo horário de intervalo.  O resultado (1º ou 569º) não é diferente por qualquer motivo pedagógico. É diferente porque a escola selecionou quem ela queria que fizesse as provas para representar o novo CNPJ.

No Rio a mesma instituição é a 3ª colocada e a 2015ª

No Rio de Janeiro tivemos mais um destes absurdos. A terceira colocada nacional, que nunca tinha aparecido nem perto das primeiras nacionais e nem nas primeiras posições do Rio de Janeiro, este ano apareceu em terceiro lugar nacionalmente. Mas uma análise um pouquinho mais aprofundada mostra que a escola em 2013 dividiu-se em 13 unidades diferentes (eram menos em outros anos, vários bairros do Rio receberam uma segunda unidade) e a unidade que aparece em terceiro lugar nacional teve somente 15 alunos que fizeram a prova. E sabe qual a posição de todas as 13 unidades da escola ? Ai vai : 3ª, 13ª, 19ª, 387ª, 509ª, 610ª, 739ª, 2105ª, 1549ª, 1034ª, 1010ª, 958ª, 764ª. É isto mesmo. A escola conseguiu ser as mesmo tempo a 3ª melhor escola e a 2105ª do ENEM 2013, e isto passando por escola 1010, escola 1034, escola 1549. É obvio e ululante, estas escolas foram criadas somente para aparecer entre as primeiras colocadas no ENEM. Mandaram pra “lá” quem acerta mais questões entre seus centenas, ou até milhares de alunos, e criaram uma ilusão de que possuem as melhores escolas do Brasil. Tem dúvida ? Tente matricular seu filho em alguma destas duas escolas. Sim, você vai conseguir (se puder pagar quanto eles pedem), mas não na turma que eles tanto usam como propaganda.

O expediente é usado por centenas de escolas em todo o Brasil 

Não, isto não é exclusividade destas duas escolas. No Brasil todo temos centenas de escolas que trabalham com a regra na mão para tentar parecer que são a melhor e depois divulgar, em suas propagandas, que são a melhor escola do país, do estado, da região, da cidade e, em cidades grandes, como várias capitais, até mesmo que é a melhor escola de um determinado bairro.
Uma curiosidade é que a ‘primeira’ colocada no ENEM não aprovaria, se consideramos que seus cerca de 40 selecionados alunos tivessem a nota média divulgada no ENEM, NENHUM aluno para o curso de Medicina nas Federais mais tradicionais do Sudeste. E, pior, a escola verdadeira, aquela que faz a captação dos alunos que mais gabaritam em simulados, não aprovaria ninguém (se considerarmos que todos tivessem a média divulgada para a escola) em nenhum curso muito ou mediamente concorrido. Eles ficariam com nota média um pouco menor que 624 pontos, o que significa um pouco mais de um desvio padrão em relação ao aluno médio nacional, o que é um desastre pedagógico se consideramos as condições socioeconômicas dos alunos e o valor de sua mensalidade (superior a dois mil reais).

“Receita” para ficar entre as primeiras no ENEM 

Antes de explicar a “receita” para alcançar os primeiros lugares nestas divulgações já digo, de antemão, que não adianta o MEC simplesmente falar que ele não faz e não divulga ranking, que quem faz isto é a imprensa. Pode até ser que hoje seja assim, mas algumas vezes, em anos anteriores, o MEC tinha ferramentas, em seu site, que classificava as escolas por ordem de nota, igual ao que fazemos com uma tabela de Excel. O MEC trabalhou para incentivar os atuais ranqueamentos.

A receita é simples para uma escola estar entre as primeiras colocadas: Tenha uma mensalidade alta (famílias de maior capital econômico tendem a ter maior capital cultural), selecione seus alunos com prova e/ou entrevistas (assim sua ‘escola’ já irá iniciar o ensino médio com os alunos que tendem a acertar mais questões do tipo ENEM/Vestibular), separe os alunos que acertam mais questões nos simulados e faça a matrícula destes num outro CNPJ, dê a esta ’nova escola’ um nome parecido ao da sua escola principal.  Distribua bolsas para os alunos de outras escolas que acertam muitas questões em seus simulados abertos, mesmo que a família destes alunos tenham plenas condições de pagar pelo curso (mas se o aluno não tiver condições econômicas de frequentar a sua escola você pode até ‘pagar’ para que ele esteja entre seus matriculados). Por fim não admita, em nenhuma hipótese, que alunos de inclusão (com necessidades especiais) estejam na escola (no CNPJ) que você deseja que apareça bem no ENEM. Depois disto é só correr pra galera e contar para a sociedade  a lorota de que sua escola é a melhor do país,  do estado,  da metrópole, da região, ou – para delírio de muitos – a melhor colocada do ENEM no bairro.

Todas as escolas nas primeiras colocações no ENEM usam um ou mais dos expedientes que citei. Tem algumas que usam todos. Até as públicas melhores colocadas usam de um destes expedientes (elas selecionam os alunos com prova, que chamam de ‘vestibulinho’. Já começam o primeiro ano com quem, entre seus inscritos, acertam mais questões. Boa parte de seus alunos são provenientes de famílias de boas condições econômicas e/ou cultural).

Hoje a nota do ENEM só ajuda a gente descobrir que está matriculado em cada escola

O que é fundamental entender é, que do jeito que analisamos as notas do ENEM, que na média nacional são muito baixas para todas as escolas, tanto públicas como particulares (é bom explicar que 600 não é 60%, e 700 não é 70%, a nota do ENEM é dada em uma escala de desvio padrão) só conseguimos descobrir onde estão os alunos de melhores condições sócio econômicas. Só isto.

Notas são todas muito baixas, inclusive das escolas particulares melhores colocadas

Qualquer média, nas quatro provas objetivas, abaixo de 700 (700 é algo, para 2013, algo próximo a 120 acertos de 180 questões) é baixa para escolas particulares.  Uma nota abaixo de 600 (600 foi, para 2013, um pouco mais ou pouco menos de 80/85 acertos nas 180 questões) demonstra que os três anos de ensino médio serviram para quase nada na formação do aluno, seja em escola pública ou particular. A média 600, nas quatro provas objetivas já é um desastre total na formação do aluno. A média 500, que é a nota do aluno mediano (o aluno do meio na escala de notas. 500 em 2013 esteve perto de 60 acertos razoavelmente coerentes. É bom considerar que o aluno que assinalar todas as questões na mesma letra irá acertar algo entre 30 e 40 questões), é um desastre ainda maior, e metade dos alunos que estavam no terceiro ano e fizeram o ENEM ficaram com nota menor que 500 (em uma distribuição de desvio padrão metade da distribuição da amostra fica acima de 500 e metade fica abaixo de 500). Lembro que, como a nota é dada em desvio padrão, de média 500 e desvio 100, o aluno nunca zera, mesmo que erre todas as questões.

Como melhorar a avaliação das escolas de Ensino Médio ?

E existe solução para que o indicador seja mais claro e objetivo, tenha função pedagógica e não seja instrumento de propaganda de algumas escolas mal intencionadas? Sim, claro que há. Primeiro é óbvio que ter algum indicador é melhor do que não ter nenhum. Neste sentido é melhor a nota do ENEM, para avaliar as escolas, do que nada. Mas este indicador foi jogado ao país sem maiores explicações de seu significado e imediatamente apoderado pelas escolas e pelos sistemas de ensino que querem passar a impressão que as primeiras colocações são da responsabilidade deles. Não são. São resultado da história de vida dos alunos que as escolas captaram.

Escolas, ou sistemas de ensino, que usam de pelo menos alguns destes expedientes estão muito pouco preocupados com o desenvolvimento da Educação e com as reformas necessárias para que o Ensino Médio seja de fato uma porta de oportunidades com menor diferenças para ricos e pobres.

O ENEM, como avaliador do ensino médio, precisa criar mecanismos para que a sociedade possa olhar para uma escola e saber o que de fato ela acrescentou ao aluno. E a única forma de saber isto é saber ‘onde ele estava’ quando entrou no ensino médio e ‘onde ele chegou’ quando saiu dele. Dessa forma todos nós saberemos se o método, o material, os professores, a estrutura e tudo mais ao redor do aluno, na escola, colaboraram para sua formação no ensino médio ou se essa formação foi tão somente fruto de seu amadurecimento, de sua estrutura familiar e de sua convivência em sociedade.

A nota, das escolas, tem que ser dada à diferença entre onde ela recebeu a turma e até onde ela caminhou com ela. E não tem jeito, a única forma de fazer isto é criar um exame no fim do nono ano do ensino fundamental para que os alunos o façam e tenham seus resultados comparados com o que venham a ter no ENEM. E este exame precisa ter alguma coisa com poder de incentivo suficiente para atrair a maior parte dos alunos brasileiros a realizá-lo. E que se dediquem a estudar para ele. O ENEM tem algum tipo de incentivo a isto, com a possibilidade do aluno entrar em uma Universidade, mas ele não é absoluto. Milhões de pessoas que estão no ensino médio, mas não acreditam na perspectiva, de fato, de passar em uma Universidade Pública não chegam nem a fazer a inscrição para o ENEM – muitas vezes fazem, mas deixam de comparecer nos dias do exame ou simplesmente ‘abandonam’ a prova pela metade em um ou nos dois dias de Prova (isto acontece principalmente em Matemática, a última prova, no caderno de provas, do segundo dia do exame).

Com o ‘jeitinho’ que centenas de escolas usam pra burlar a avaliação feita pelo ENEM, e o consequentes ranking, nos deparamos com uma grande distorção entre esses resultados e o das escolas que não utilizam o artifício e, com essa situação, quem sai perdendo mais uma vez é a sociedade.

Pesquisa desta coluna demonstra a nota de mais de 1000 (mil) alunos no ENEM 2013. A média que tem gerado o debate das ‘fraudes legais’ para ficar entre as primeiras do ENEM está na penúltima coluna : 

A tabela serve de referência para que pais possam saber quanto questões, de fato, acertaram, em média, os alunos das escolas que consideram como possibilidade para matricular seus filhos.


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Emissões de gases de efeito estufa caem mais de 40% em sete anos

As estimativas de emissões de gases de efeito estufa no Brasil entre 2005 e 2012 caíram 41,1%, de acordo com a segunda edição do relatório Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa, lançado nesta quinta-feira (13) pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O total de emissões em 2012 foi 1,2 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente (CO2eq), contra 2,03 bilhões em 2005. Os setores de energia e agropecuária dividem a liderança como maiores emissores, em 2012, com 37% das emissões cada.

O setor de uso da terra e floresta, que em 2005 representavam 58% das emissões de CO2eq, em 2012 passaram a registrar 15% das emissões no país em 2012, como resultado da queda nas taxas de desmatamento a partir de 2004. Os processos industriais e tratamento de resíduos somam 7% e 4% das emissões, respectivamente.

Para o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do MCTI, Carlos Nobre, pela trajetória apresentada, o Brasil poderá atingir as metas máximas de emissão antes do prazo previsto, em 2020. A projeção de emissões de gases de efeito estufa foi estimada em 3,2 milhões de toneladas de CO2eq para 2020, compromisso assumido voluntariamente pelo Brasil na Convenção do Clima em Copenhague, em 2009. As emissões em 2012 estão 44% menores do que o projetado para o ano.

"Vemos que as emissões pelo uso da terra e florestas continuam descendentes. Outra boa notícia é que as emissões da agropecuária sinalizam tendência de estabilização bem mais rápida do que supúnhamos. As emissões cresceram 7%, só que o produto agrícola bruto aumentou entre 26% e 28% e ainda não dá para mensurar os resultados do Plano ABC [Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, implementado em 2010]", destacou o secretário.

Apesar do sucesso nessas duas áreas, o setor de energia cresceu 35,9% em quantidade de emissões entre 2005 e 2012. "Energia renovável não é mais uma alternativa, fontes renováveis, como eólica e solar, são a energia do futuro próximo, não é mais daqui muitas décadas. E o Brasil é privilegiado, porque é o país que tem a maior quantidade de potencial de energia renovável continental por quilômetro quadrado, somando o vento, o sol, a água e a biomassa, então temos que dar vasão a esse potencial, fazer um esforço para a substituição nas próximas décadas de energia fóssil por renovável. Isso é mandatório para não deixar o planeta superaquecer", explicou Carlos Nobre.

O MCTI também apresentou hoje o projeto Opções de Mitigação de Emissões de Gases de Efeitos Estufa em Setores-Chave do Brasil, executado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e com apoio financeiro do Fundo Mundial para o Meio Ambiente.

O objetivo é contribuir para fortalecer a capacidade do governo brasileiro para lidar com mudanças do clima com politicas públicas que sejam adaptadas à realidade do país. O setores-chaves de estudo do projeto são: indústria, energia, residencial e serviços, Lulucf (sigla em inglês para usos da terra e florestas), transportes, gestão de resíduos e opções intersetoriais.

O coordenador técnico do projeto, Régis Rathmann, diz que a perspectiva é que em março de 2015 a primeira rodada de informações seja apresentada para subsidiar o governo brasileiro na tomada de decisões sobre a proposta de políticas climáticas na Convenção do Clima em Paris, no ano que vem. "Agora estamos no componente de análises setoriais do projeto, olhando individualmente cada setor. E só a partir da integração dessas análises conseguiremos medir o potencial real de mitigação para esses diferentes setores e consequentemente para a economia brasileira"


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Ninguém tira ZERO no Enem. Muito curioso!! Saiba porquê.

O ENEM se aproxima e muitos candidatos ainda têm dúvidas sobre a forma de avaliação de cada participante. Como são calculados os valores das questões? Posso zerar minha nota do Enem? Se eu chutar e errar, minha pontuação diminui?

Para esclarecer essas dúvidas, está aí a conversa com dois especialistas na metodologia utilizada para correção, a TRI (Teoria de Resposta ao Item). Segundo eles, o sistema estatístico usado pelo Enem tem o objetivo de medir o conhecimento do participante de maneira precisa. Para isso, ao contrário dos vestibulares tradicionais, as notas são calculadas levando em conta a dificuldade de cada questão (chamada de item), além da quantidade de acertos.

"A TRI considera, em cada questão, três parâmetros (dificuldade, discriminação e acerto casual) que são utilizados para, em linhas gerais, ponderar o impacto de cada questão acertada ou errada pelo respondente em sua pontuação na escala [de conhecimento]", explica Tadeu da Ponte, diretor da companhia de avaliação Primeira Escolha. Esse conhecimento é identificado a partir da análise do perfil de respostas do participante ao conjunto questões aplicadas.

De forma prática, uma pergunta que teve baixo índice de acertos é considerada difícil e, por isso, tem mais "peso" na pontuação final. Já aquelas que têm alto índice de acertos são classificadas como fáceis e contam menos pontos na nota final do candidato.

Posso tirar zero?

De acordo com o matemático Dalton Francisco de Andrade, professor de estatística da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), é impossível zerar a nota do Enem, mesmo que o candidato deixe a prova em branco ou erre todas as questões -- apenas a redação pode ser zerada. 

Isso acontece porque as questões do exame não possuem o mesmo valor. Existem notas mínimas – que nunca partem do zero – e máximas para cada área do conhecimento. Elas dependem do grau de dificuldade do conjunto de perguntas.  Ao final de todo o exame, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) desenvolve uma escala "de conhecimento" a partir das respostas obtidas. Com isso, ele calcula as notas mínimas e máximas de cada área da prova.

"Quando se monta uma prova as questões já vêm calibradas [fácil, médio, difícil]. Então, a questão mais fácil da minha prova pode ter, por exemplo, o valor de 300 e a mais difícil 800. Quem fizer o exame e errar tudo vai ganhar 300 pontos, pois este era o valor mínimo do exame. Tudo depende dos itens inseridos dentro dessa escala", explica Andrade.

Em 2013, as notas dos candidatos em ciências humanas variaram entre 299,5 e 888,7 pontos. Na prova de ciências da natureza, a nota máxima foi 901,3 e a mínima 311,5. Em matemática, a pontuação mínima foi 322,4 e a máxima 971,5. Em linguagens, a nota mais alta foi 813,3 pontos e a menor 261,3 pontos. Sendo assim, o candidato que errou todas as questões de ciências humanas conseguiu tirar 299,5 na edição do ano passado.

"É como, por exemplo, a altura de uma pessoa. Por mais baixa que uma pessoa seja, nunca terá altura zero. Sabemos, no entanto, que existe uma altura média para pessoas do sexo masculino aos 19 anos, que é de 169 centímetros. A partir disso, sabemos que um homem nessa idade que tenha 180 centímetros de altura está acima da média e outra que tenha 160 está abaixo. No caso do Enem funciona da mesma maneira, a escala em cada área foi calibrada para uma média de 500. Pessoas acima de 500 pontos em cada área estão acima dessa média", explica Tadeu da Ponte.

Resposta errada não diminui pontuação

Ao contrário do que alguns pensam, errar questões no Enem não faz o candidato perder pontos. Por isso, mesmo que o acerto tenha sido no chute, a questão contribuirá com o resultado final. "Todo acerto aumenta a nota. Mas vale lembrar que o acerto casual [o famoso chute] diferencia o resultado final do desempenho dos participantes", reforça o professor Andrade.

"Duas pessoas que acertam 11 itens. Desses, elas acertaram os dez mais fáceis. Uma acertou um item logo em seguida da escala de dificuldade (de fácil pra médio) e a outra acertou uma questão considerada bem difícil. Quem vai ganhar a nota maior é a que acertou 11º item próximo das questões de nível fácil, pois é mais provável que o acerto dela tenha sido por conhecimento. O outro candidato que acertou um difícil e errou todo o resto. Logo, o desempenho do primeiro foi melhor", exemplifica Andrade.

"É importante ressaltar que no acerto casual não significa que o método adivinha se uma pessoa 'chutou' uma questão. Ele serve apenas para identificar o nível de acertos de uma questão que seria obtido por candidatos que não saberiam como respondê-la", acrescenta Tadeu.

quarta-feira, 8 de outubro de 2014

A comissão Brundtland

Já vi publicações piores. Mandei essa foto com esse material sobre essa importante conferência ambiental. 
Os mais loucos vão ler.


terça-feira, 7 de outubro de 2014

Protocolo de Montreal

Protocolo de Montreal  sobre Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio é um acordo internacional, criado no âmbito da Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio de 1985 (onde os países se comprometeram em trocar informações, estudar e proteger a camada de ozônio), ao qual o Brasil aderiu em 1990, por meio do Decreto n.º 99.280 de 06/06/90, comprometendo-se a eliminar o CFC (cloro-flúor-carbono) completamente até 2010.

O Protocolo de Montreal é composto por cinco acordos firmados em Montreal, Canadá, em 16 de setembro de 1987. Durante dois anos o protocolo esteve aberto às assinaturas pelos países, recebendo a adesão de 46 governos que se comprometeram em reduzir em 50% a produção e consumo de CFCs até o ano 2000 e o abandono total da produção e do consumo de halons até 1992.

Até 1999 o Protocolo de Montreal havia passado por cinco revisões onde recebeu algumas emendas: em 1990 na reunião em Londres, Inglaterra, foi aceita a emenda (Emenda de Londres) pela qual as partes concordaram em abandonar totalmente a produção e consumo de CFCs até 2000 (até então o acordo era de reduzir em 50%). Nesta reunião também foi criado um fundo para ajudar financeiramente a implementação do Protocolo pelas partes (Fundo Multilateral para a Implementação do Protocolo de Montreal); em 1992 na reunião em Copenhagen, Dinamarca, ficou acordado o banimento total da produção e utilização dos HCFCs até 2030, que estavam sendo utilizados como substitutos dos CFCs, a meta do banimento dos CFCs foi antecipada para 1996 e, também, houve o congelamento da produção e consumo dos brometos de metila até 1995; em 1997 em Montreal, ficou acordado através de uma nova emenda o banimento do brometo de metila pelos países industrializados até 2005 e o mesmo para os países em desenvolvimento até 2015. Como ainda era, utilizados os CFC, instituiu-se uma licença para fins de exportação e importação da substância; em 1999 em Beijing, na China, foi feito o reabastecimento do Fundo Multilateral.

Foi fruto das reuniões sobre o Protocolo, também, a criação do Dia Internacional de Proteção a Camada de Ozônio em 16 de setembro, aprovado por resolução da Assembléia Geral das Nações Unidas em 1995.

No Brasil, a primeira ação para combater as Substâncias Destruidoras da Camada de ozônio (SDOs), antes mesmo da ratificação do Protocolo, foi a publicação da Portaria 01 de 10/08/88 pela então Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, mais tarde substituída pela Anvisa. Esta portaria regulamentou as embalagens de aerossóis livres de CFC. No mesmo ano o Ministério da Saúde proibiu o uso de CFCs em produtos cosméticos, de higiene e perfumes.

Em 1991, após a ratificação do Protocolo foi criado o GTO, Grupo de Trabalho do Ozônio, que estabeleceu diretrizes para eliminação dos CFC e criou o Programa Brasileiro para eliminação da Produção e Consumo das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, PBCO, em 1994.

Em 1995 foi aprovada a Resolução CONAMA n.º 13 que deu prioridade para a conversão tecnológica industrial na eliminação dos CFCs. Mais tarde a resolução foi revogada e uma outra resolução, a n.º 267/00 proibiu definitivamente o uso de CFCs em novos produtos. Ainda em 1995, foi criado o PROZON – Comitê-Executivo Interministerial para a Proteção da Camada de Ozônio.

Para banir de vez o uso de CFCs no Brasil, foi criado o Plano Nacional para Eliminação de CFCs em 2002. Desde então, o uso de CFCs no Brasil caiu de 10 mil toneladas em 1995, para 480 toneladas em 2006, representando cerca de 90% de redução.

Protocolo de Kyoto

Esse Protocolo tem como objetivo firmar acordos e discussões internacionais para conjuntamente estabelecer metas de redução na emissão de gases-estufa na atmosfera, principalmente por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante àqueles países em pleno desenvolvimento.

Diante da efetivação do Protocolo de Kyoto, metas de redução de gases foram implantadas, algo em torno de 5,2% entre os anos de 2008 e 2012. O Protocolo de Kyoto foi implantado de forma efetiva em 1997, na cidade japonesa de Kyoto, nome que deu origem ao protocolo. Na reunião, oitenta e quatro países se dispuseram a aderir ao protocolo e o assinaram, dessa forma, comprometeram-se a implantar medidas com intuito de diminuir a emissão de gases.

As metas de redução de gases não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem gases, o protocolo prevê ainda a diminuição da emissão de gases dos países que compõe a União Europeia em 8%, já os Estados Unidos em 7% e Japão em 6%. Países em franco desenvolvimento como Brasil, México, Argentina, Índia e, principalmente, China, não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.

O Protocolo de Kyoto não apenas discute e implanta medidas de redução de gases, mas também incentiva e estabelece medidas com intuito de substituir produtos oriundos do petróleo por outros que provocam menos impacto. Diante das metas estabelecidas, o maior emissor de gases do mundo, Estados Unidos, desligou-se em 2001 do protocolo, alegando que a redução iria comprometer o desenvolvimento econômico do país.

As etapas do Protocolo de Kyoto

Em 1988, ocorreu na cidade canadense de Toronto a primeira reunião com líderes de países e classe científica para discutir sobre as mudanças climáticas, na reunião foi dito que as mudanças climáticas têm impacto superado somente por uma guerra nuclear. A partir dessa data foram sucessivos anos com elevadas temperaturas, jamais atingidas desde que iniciou o registro.

Em 1990, surgiu o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), primeiro mecanismo de caráter científico, tendo como intenção alertar o mundo sobre o aquecimento do planeta, além disso, ficou constatado que alterações climáticas são principalmente provocadas por CO2 (dióxido de carbono) emitidos pela queima de combustíveis fósseis.

Em 1992, as discussões foram realizadas na Eco-92, que contou com a participação de mais de 160 líderes de Estado que assinaram a Convenção Marco Sobre Mudanças Climáticas.

Na reunião, metas para que os países industrializados permanecessem no ano de 2000 com os mesmos índices de emissão do ano de 1990 foram estabelecidas. Nesse contexto, as discussões levaram à conclusão de que todos os países, independentemente de seu tamanho, devem ter sua responsabilidade de conservação e preservação das condições climáticas.

Em 1995, foi divulgado o segundo informe do IPCC declarando que as mudanças climáticas já davam sinais claros, isso proveniente das ações antrópicas sobre o clima. As declarações atingiram diretamente os grupos de atividades petrolíferas, que rebateram a classe científica alegando que eles estavam precipitados e que não havia motivo para maiores preocupações nessa questão.

No ano de 1997, foi assinado o Protocolo de Kyoto, essa convenção serviu para firmar o compromisso, por parte dos países do norte (desenvolvidos), em reduzir a emissão de gases. No entanto, não são concretos os meios pelos quais serão colocadas em prática as medidas de redução e se realmente todos envolvidos irão aderir.

Em 2004 ocorreu uma reunião na Argentina que fez aumentar a pressão para que se estabelecessem metas de redução na emissão de gases por parte dos países em desenvolvimento até 2012.

O ano que marcou o início efetivo do Protocolo de Kyoto foi 2005, vigorando a partir do mês de fevereiro. Com a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, cresceu a possibilidade do carbono se tornar moeda de troca. O mercado de créditos de carbono pode aumentar muito, pois países que assinaram o Protocolo podem comprar e vender créditos de carbono.

Na verdade, o comércio de carbono já existe há algum tempo, a bolsa de Chicago, por exemplo, já negociava os créditos de carbono ao valor de 1,8 dólares por tonelada, já os programas com consentimento do Protocolo de Kyoto conseguem comercializar carbono com valores de 5 a 6 dólares a tonelada.

sábado, 4 de outubro de 2014

China ignora promessas de manter democracia em Hong Kong

Protesto em Hong Kong (Getty)
Novas regras para as eleições de 2017 gerou revolta em Hong Kong

Os manifestantes que ocupam Hong Kong neste momento costumam entoar em uníssono: "Queremos de voto universal!"

Vestindo camisetas pretas e com laços amarelos, os símbolos do movimento pró-democracia da cidade, eles foram às ruas em resposta à decisão dos líderes chineses de limitar as possibilidades de quem pode concorrer ao governo desta região autônoma, nas eleições em 2017.

As regras praticamente impossibilitam que um nome do qual o governo da China desconfie se candidate.

Como resultado disso, os manifestantes acusam Pequim de renegar décadas de promessas de dar a Hong Kong uma democracia genuína.

Mas, apesar deste sentimento geral e raivoso de que a China não respeitou o espírito dos acordos que aceitou, há um intenso debate sobre se a lei foi violada.

'Confusão'

Alan Hoo, um advogado de renome e um especialista na Lei Básica, a Constituição de Hong Kong, disse à BBC que a China não quebrou suas promessas.

"Acho que há uma grande confusão sobre isso", ele afirma. "Em primeiro lugar, não se trata de uma promessa. É uma obrigação legal e constitucional que foi colocada na Lei Básica."

Hoo, presidente do conselho do Instituto da Lei Básica e um conhecido nome pró-Pequim em Hong Kong, se refere ao artigo 45 da lei, que se refere especificamente à norma de "uma pessoa, um voto".

"O objetivo final é a escolha do governador pelo sufrágio universal, por meio da nomeação por um comitê, de acordo com os procedimentos democráticos", ele diz.

De acordo com interpretação conservadora feita por Pequim, este artigo fez com que dezenas de milhares de pessoas fossem às ruas.

Novas regras

Leung (AFP)
O atual governador de Hong Kong, CY Leung, também é alvo de críticas

As regras anunciadas no fim de agosto pelo comitê do Parlamento chinês dizem que os candidatos devem ter o apoio da maioria dos membros do comitê e só pode haver dois ou três candidatos.

CY Leung, o atual governador, esclareceu depois que o comitê de nomeação seria formado a partir do já existente comitê eleitoral, composto por membros que, em sua maioria, são leais a Pequim - e que foram responsáveis pela eleição de Leung, em 2012.

"As pessoas estão nas ruas para exigir seu direito de nomear os candidatos", afirma Hoo. "Segundo acordos internacionais, o sufrágio universal significa ter o direito de eleger e ser eleito. Não há um direito de nomear."

Esse argumento é questionado por aqueles que acusam o governo chinês de não cumprir suas promessas com base nesta linguagem legal flexível.

Entre eles, está o ex-governador de Hong Kong, Chris Patten.

Garantias

Anos antes da colônia britânica ser devolvida à China em 1997, uma série de líderes chineses garantiu ao público em Hong Kong que o futuro estaria no "um voto, uma pessoa".

Em comentário feito jornal oficial do governo People's Daily em março de 1993, Lu Ping, então diretor do Escritórios de Assuntos Relativos a Macau e Hong Kong, disse: "Como Hong Kong desenvolverá sua democracia no futuro é algo de total autonomia de Hong Kong."

E, numa carta escrita em 1984, o premiê Zhao Ziyang prometeu a estudantes em Hong Kong que proteger o direito democrático popular de votar era um princípio básico do governo.

Ele garantiu que a democracria viria a imperar em Hong Kong algum dia.

Mas, apenas cinco anos depois, Zhao, um líder relativamente liberal, seria punido por ficar do lado de estudantes que manifestavam na Praça Tiananmen, passando o resto de sua vida em prisão domiciliar.

Direito de escolher

Emily Lau (BBC)
Emily Lau, do Partido Democrático, não quer seguir o mesmo sistema do Irã ou da Coreia do Norte

Emily Lau, presidente do Partido Democrático de Hong Kong, acredita que estas promessas ainda deveriam ser cumpridas.

Ela afirma que o sufrágio universal significa que eleitores deveriam ter o direito de escolher os candidatos.

A Coreia do Norte e o Irã também seguem o sistema de "uma pessoa, um voto", mas restrigem a lista de candidatos.

"Seremos como o Irã e a Coreia do Norte?", ela questiona. "Não, somos Hong Kong. Queremos seguir padrões internacionais e dar aos eleitores uma escolha genuína."

Os manifestantes dizem que, para que os protestos acabem, Hong Kong e o governo chinês devem dar ouvidos à voz do povo.

Eles argumentam que o público em geral compreende que são cidadãos chineses.

"Tenho certeza que, quem for eleito, amará a China e Hong Kong e será capaz de defender os intereses do povo de Hong Kong, além de trabalhar com Pequim", diz Lau.

"Estas pessoas existem. Só dêem a nós o espaço para nomeá-las. E para que as pessoas as elejam."

Texto extraído da BBC de Londres 

domingo, 28 de setembro de 2014

Maoísmo.




Tratamos aqui em explicar o porquê em defendermos de forma incansável, e ferrenha a imposição do marxismo-leninismo-maoísmo no movimento revolucionário mundial e principalmente entre o proletariado brasileiro.

Entendemos que o maoísmo é a terceira e superior etapa da filosofia revolucionária do proletariado, é terceira etapa, precedida obviamente por outras duas, desse modo, o marxismo de Marx e Engels é a primeira etapa desta grandiosa filosofia e conjunto de leis baseadas no desenrolar das civilizações, principalmente a sociedade capitalista contemporânea.

Bolcheviques marchando em Moscou.

A segunda etapa consiste no leninismo, desenvolvido por Vladmir Ilitch Ulianov “Lenin” à frente da fração revolucionária bolchevique. Uns dizem que o leninismo é uma “deformação” do marxismo, consideram um “revisionismo”. Esse problema não é atual, e se estende desde que Lenin iniciou o trabalho no partido bolchevique em despertar as massas para a construção de um novo poder na Rússia czarista. Os ataques contra a figura do nosso companheiro partiram de diversas correntes: czaristas, social-democratas, trotskistas, anarquistas, e liberais. 
O leninismo tornou-se marxismo-leninismo não apenas pelo pensamento leninista ter sido capaz de guiar a consolidação da “primeira ditadura do proletariado”, porém, o trabalho de Lenin serviu para fortalecer os princípios da filosofia marxista, quer dizer, Lênin preencheu algumas lacunas deixadas pelos marxistas do século XIX, que serviu para traçar uma linha muito clara entre os verdadeiros marxistas e os social-democratas que usurparam a IIª Internacional. Entre estes princípios, ou melhor, entre esses novos aportes podemos citar a contribuição do pensamento de Lenin para a compreensão do imperialismo que segundo o próprio Lenin era a “fase agonizante do capitalismo”, o trabalho dirigido por Lenin também serviu para mostrar e comprovar a necessidade e eficiência da organização do proletariado para tomar o poder, que só pode ser conquistado através da luta armada e não através do cretinismo parlamentar como pensavam e continuam a pensar os social-democratas e toda a ralé oportunista. O desmantelamento da linha oportunista de esquerda também foi outra contribuição, pois, segundo Lenin,  “o esquerdismo é a doença infantil no comunismo”.
Assumindo o a liderança da primeira ditadura do proletariado, a Rússia soviética em fase de reconstrução tornou-se o primeiro baluarte da revolução proletária mundial.
A organização da uma nova Internacional Comunista, a IIIª Internacional de 1919 serviu como base de apoio para a expansão do movimento proletário e revolucionário em todo o mundo, assim, nos próximos anos a Rússia e demais países que faziam parte do antigo império czarista uniram-se formando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Entre os anos de 1919 e 1922 estouraram revoluções na Hungria, Polônia, Alemanha e Mongólia, esta última bem sucedida, tornando-se a segunda república popular no mundo.
No ano de 1924 o grande camarada Lenin morreu, porém, seu pensamento continuou vivo e as metas estabelecidas por Lenin foram continuadas e até superadas sob a liderança de outros bolcheviques como Kalinin, Zhdanov e Stalin.
Nas décadas seguintes a URSS seria exemplo para revolucionários de todo o mundo, partidos e organizações revolucionárias seriam formadas em países opressores e oprimidos, revoluções estourariam na Bulgária, Indonésia, China, Brasil, Espanha, Lituânia, Letônia, Estônia, Indochina, Malásia, Filipinas, Birmânia, Grécia, Albânia, Itália, Bélgica, França, Iugoslávia, Coréia, Romênia, Paraguai... Tudo isto em um período que vai desde 1924 até 1959, sendo que a maioria dos levantes revolucionários ocorreu entre meados dos anos 30 até o final dos anos 40.
Entre os anos de 1917 a 1956, a União Soviética mostrou-se fortaleza do socialismo e da revolução proletária, esta fortaleza infelizmente acabou desmantelada devido a certos problemas ideológicos, gerando certa confusão entre os membros do Comitê Central após a morte de Kalinin, Zhdanov e Stalin. Essa confusão ideológica abriu a guarda para que elementos mal-intencionados pudessem tomar o poder e tentar desmantelar o movimento revolucionário desde cima até em baixo, influenciando partidos em todo o mundo. Ainda assim, outros partidos resistiram e puderam dar novos ares para o movimento revolucionário, após a ruptura partidária entre o Partido Comunista da China e o Partido Comunista da União Soviética.
Com a realização dos XXº Congresso do PCUS em 1956 onde Kruschov apresenta um documento contendo mentiras a respeito da figura de Stalin, seguido da demissão da cúpula revolucionária do PCUS (entre eles Jukov, Kaganovich entre outros), e a reabilitação de antigos inimigos do socialismo que se encontravam dentro e fora do PCUS. 
Utilizando da influência e do prestígio que a URSS ainda dispunha, Kruschov e seu bando fizeram de tudo para influenciar outros partidos a assumirem uma linha revisionista baseada na difamação da figura de Stalin e seus defensores e nas teses revisionistas de “Estado e partido povo”,  “transição pacífica, coexistência pacífica e competição pacífica”. Esta tese ficou conhecida como “dois todos e três pacíficas”, uma estúpida tentativa de barrar o avanço da revolução proletária mundial.
É a partir dos primeiros anos da década de 1960 que a China surge como novo baluarte da revolução proletária mundial. Junto com o Partido do Trabalho da Albânia rompem com o pacifismo e submissão aos interesses da União Soviética que naquela altura havia se convertido em potência social-imperialista.
Até meados dos anos 60, o Partido Comunista da China sob o comando de Mao Tsé Tung moveu intenso debate com os comunistas soviéticos na tentativa de frear o avanço do revisionismo na União Soviética. Apesar de o avanço revisionista ter continuado, os debates onde o PCCh levantaram bem alto as bandeiras vermelhas da revolução deram coragem para que os comunistas revolucionários de todo o mundo rompessem com a linha oportunista e reorganizassem as forças revolucionárias, que de fato aconteceu nos anos seguintes, inclusive dentro dos países que haviam assumido o revisionismo como aconteceu na Polônia em 1964, onde o histórico dirigente Kazimieriz Mijal junto com outros dirigentes revolucionários remanescentes, organizaram o Partido Comunista da Polônia.

O lídero do Partido Comunista da Polônia com o presidente Mao e o camarada Kang Sheng, 1964.
A reação soviética foi imediata, acusando os comunistas chineses de “fraccionistas” e “hegemonistas”, quando na verdade os hegemonistas eram os próprios revisionistas soviéticos sob a batuta de Kruschov e Brezhenev.
Foi então a partir da década de 1960 que os comunistas de todo o mundo passaram a reconhecer Mao Tsé Tung como continuador do trabalho revolucionário desenvolvido por Marx e Engels em 1848.
A partir daquela época as teses de Mao Tsé Tung muito mais do que mostrar eficácia, mostraram seu caráter de validade universal, superando erros, lacuna e pormenores do marxismo-leninismo. Não fui uma tentativa de se contrapor ao trabalho de Marx à Stalin como falam os oportunistas, ao contrário, deu novos ares ao marxismo-leninismo, afiou a “espada da revolução”.
Porém, os camaradas menos entendidos no assunto devem estar se perguntando: que inovações são essas que o pensamento Mao Tsé Tung trouxe ao marxismo-leninismo e à revolução proletária mundial? Vários, como explicaremos a seguir.
Primeiramente, devemos compreender que o “pensamento Mao Tsé Tung” foi adotado pelo Partido Comunista da China em 1935, quando a linha esquerdista de Wang Ming foi derrotada. Esta linha pseudo-revolucionária foi defendida por Enver Hoxha quando Mao Tsé Tung morreu. O que Hoxha se esqueceu de dizer foi que Wang Ming, e seus cúmplices que se autodenominavam “bolcheviques” passaram o resto de seus dias na União Soviética de Brezhnev, soltando maldições ao socialismo chinês e à liderança de Mao Tsé Tung, Chen Bo Da, Lin Piao e Kang Sheng.
Naquela época, o pensamento de Mao Tsé Tung era a análise das contradições da sociedade chinesa e a forma de resolvê-las sob a luz do marxismo-leninismo, o que muita gente não sabe, ou melhor, o que o PCdoB, PCR, PCB e o PCML brasileiro não sabem é que a partir de então esse pensamento forjado no calor da revolução traria inovações ao marxismo-leninismo ao longo dos anos em que foi ideologia do Partido Comunista da China (1935-1976) até tornar-se a Terceira Espada do comunismo.
As concepções revolucionárias de Mao Tsé Tung foram inicialmente sintetizadas por Chen Bo Da no início da década de 50 em um livreto intitulado “Mao Tsé Tung na revolução chinesa”, depois as obras de Mao Tsé Tung foram compiladas em quatro volumes ao longo dos anos 50 e 60, chamados de “Obras Escolhidas” com o número respectivo de cada livro. Com base nestas obras, 1966 o camarada Lin Piao transcreveu trechos das obras para um livreto que ficou conhecido mundialmente como “Livro Vermelho”, onde de forma bem simples e clara mostrava as concepções revolucionárias formuladas por Mao Tsé Tung desde 1926 até 1965.

O comandante Lin Piao.
Tanto o camarada Lin Piao como o camarada Chen Bo Da foram difamados pelos revisionistas que tentavam dominar o partido durante a ofensiva da Revolução Cultural Proletária. Tendo estes revisionistas semeado confusão através de intrigas dentro do Partido Comunista, não tardou muito para que inclusive grandes dirigentes revolucionários acabassem iludidos pelas intrigas que visavam de toda a forma derrotar a ditadura do proletariado na China.
Exército Popular de Libertação em 1949.
Mao Tsé Tung foi um dos primeiros a defender a concepção revolucionária de que “o partido manda no fuzil e jamais deve ser o contrário”. Junto a esta concepção está a idea de que “o poder político surge a partir do cano de um fuzil”. Tomando estas duas concepções revolucionárias, elas dão mais força a duas concepções de Lenin:
- a de que o partido comunista é a organização máxima do proletariado
-que só os cretinos acreditam na tomada do poder pelo proletariado através das urnas
Entenda-se que as concepções de Mao não um plágio das concepções de Lenin, porém, são o desenvolvimento, fruto da aplicação do marxismo-leninismo. 
Compreendendo a função do exército do proletariado e a função de vanguarda do partido comunista, Mao Tsé Tung no calor da batalha também desenvolveu o modo como a tomada do poder deveria ser feita, como seria a guerra popular.
Assim  Mao Tsé Tung compreendeu a necessidade de uma guerra popular prolongada. Parece apenas uma simples questão de estratégia, porém, serviu para mostrar o caminho a ser seguido para a tomada do poder tendo o proletariado como classe vanguarda. Tornou-se totalmente claro que a revolução proletária não precisaria depender de algum golpe de estado, nem ser empreendida por tropas rebeladas do exército burguês. O povo junto ao Partido Comunista poderia organizar seu próprio braço armado. 
Como o próprio nome sugere, a idea de Mao era uma guerra popular de caráter prolongado, onde partia-se para ações mais simples, como a guerra de guerrilhas até chegar o momento de uma guerra regular de movimentos. Para a China dos anos 30 e a nos países dominados da época e da atualidade, a guerra popular consistia em ações a partir das zonas rurais até atingir primeiramente cidades pequenas, mais tarde as médias e por último as grandes cidades.
A sobrevivência do exército guerrilheiro popular depende do apoio das massas, ou seja, Mao também ensinou que “a guerra popular é uma guerra de massas”, ou seja, a vitória só poderia ser obtida contasse com o apoio de amplas massas. Para isso, Mao Tsé Tung também enfatizou sobre a questão de criar um exército culto, quer dizer, soldados e camaradas que tivessem cultura, que aprendessem a ler, escrever, que falassem de modo educado, que fossem respeitosos e que servissem as massas incondicionalmente. 
Muito mais que tratar educadamente o povo, deveriam ter um apoio forte, para isso foram criadas bases de apoio, quer dizer, zonas libertadas, administradas pelo proletariado junto ao partido comunista, criando assim um poder popular paralelo ao poder do governo opressor. 
Guerrilheiros do EGPL, Índia.
A concepção revolucionária da guerra popular prolongada logo mostrou a sua capacidade e sua universalidade em diversos países desde os anos 30 até a presente década do século XXI. Esta linha teve maior força durante a segunda guerra mundial, quando os partidos comunistas do Vietnã, Birmânia, Filipinas, Indonésia e da Malásia colocaram em prática esta concepção revolucionária, obtendo êxito especialmente na Malásia (onde além dos comunistas malaios terem expulsado os japoneses, também comprometeram seriamente o domínio britânico), a mesma coisa também ocorreu na Indonésia aonde chegaram a criar um governo de coalizão com os nacionalistas, e no Vietnã a região norte foi completamente libertada em 1954. A linha revolucionária da guerra popular prolongada continua a influenciar os revolucionários de todo o mundo, tomando os exemplos da guerra popular na Índia, Filipinas, Peru e Turquia.

Tropas do Exército Popular Anti-Japonês da Malásia.
Há certo engano quando dizem que a guerra popular prolongada inicia-se apenas em zonas rurais para poder chegar às cidades. O caráter principal é o tempo de duração da guerra, não importando exatamente (isso vai depender de cada país onde esta brilhante estratégia for aplicada) aonde deve começar. Temos dois grandes exemplos de guerras populares que iniciaram em zonas urbanas, citamos a ação das Brigadas Vermelhas na Itália, e a ação da Fração do Exército Vermelho na Alemanha Ocidental, ambos os grupos estavam sob a luz do maoísmo (pensamento Mao Tsé Tung na época).

Poster das Brigadas Vermelhas
Depende do partido comunista de cada país formular uma linha correta para desferir a guerra popular.
 As leis da contradição também foram outra grande contribuição dada por Mao Tsé Tung ao movimento revolucionário, especialmente com a publicação “sobre a contradição”, de 1937. 
Enfatizando sobre a necessidade da prática acompanhada com a teoria, Mao desenvolveu outra concepção: o método de prática->teoria->prática, ou seja, a partir da prática pode-se compreender os erros, e avanços, sintetizando-os, gerando uma teoria que deve ser posta em prática a fim de continuar o seu desenvolvimento.
Sobre a questão da contradição, devemos entender segundo Mao que um todo abriga em si dois contras, quer dizer, nesse momento de união existe uma contradição não-antagônica. Quando esses contras começam a lutar entre si, essa contradição se torna uma contradição antagônica e por isso se dividem, ao contrário da tese social-democrata que apenas a união deveria prevalecer. Essa é a regra que rege todo o universo, inclusive a dialética materialista, onde uma unidade abriga dois contras que quando desenvolvem o antagonismo, dividem-se, assim sucessivamente. 
Compreendendo  a unidade e luta de contrários, Mao também compreendeu a forma de resolvê-los, tendo cada tipo de contradição um meio apropriado para ser resolvido. 
Em uma contradição não-antagônica, como por exemplo, divergências de certas opiniões dentro do partido ou do movimento não podem ser resolvidas meramente com expulsão ou eliminação física dos divergentes, como sendo não antagônica, essa contradição deve ser resolvida com método brando, que é através do debate e da prática.
Agora, se um grupo divergente tenta sabotar o movimento revolucionário, a liderança e as bases, desrespeitando as normas de conduta, então, essa contradição passa a ser antagônica, não havendo mais condições de continuarem unidos, estes contras se separam.
A “luta entre duas linhas” também foi outra descoberta importante, já que esta representa uma contradição inicialmente não-antagônica que aparece no seio do partido e do movimento revolucionário. Essa contradição, ou melhor, essa luta entre linhas em seu caráter não-antagônico pode e deve ser resolvida através do debate e da prática. Quando assume um caráter antagônico, esse tipo de contradição só pode ser resolvido de forma radical: com a expulsão e devida punição aos quadros indisciplinados. A idea da luta entre duas linhas, reforça ideologicamente as forças revolucionárias e destrói a tese errônea da organização de caráter “monolítico”, já que, uma vez expulsos os dissidentes, outros surgirão até a organização acabar enfraquecida. Hoxha foi um dos maiores propagadores dessa idea errada, aconteceu que logo após a sua morte, o Partido do Trabalho da Albânia acabou desmantelado pelos próprios membros.
Na questão política a unidade e luta de contrários se estende até a chegada do comunismo, portanto contradições antagônicas e não-antagônicas continuarão a existir enquanto existir a luta de classes, que também é uma contradição.
A linha de massas foi outro aporte de grandiosa importância desenvolvido por Mao Tsé Tung à frente do Partido Comunista. A linha de massas se baseia no apoio total às grandes massas de trabalhadores, pois são as massas que podem realizar grandes feitos, são os donos do mundo. Baseando-se nas aspirações e anseios das grandes massas de trabalhadores, o partido comunista deve buscar compreender esses desejos, sintetizá-los e devolvê-los ao povo como forma de diretrizes. Resumindo em uma bela frase do próprio Mao Tsé Tung: COM A LINHA CORRETA TEMOS AS PESSOAS E OS FUZIS.
Com base na correta linha de massas, foi possível o desenvolvimento econômico e cultural da República Popular da China nos anos 50, como durante o Grande Salto à Diante e o Movimento das Cem Flores, que será explicado a seguir.
A necessidade do máximo desenvolvimento da economia socialista é fundamental e foi reiterado por Lenin. O presidente Mao e o Partido Comunista apoiados pela poderosa força das massas iniciou na segunda metade dos anos 50 uma poderosa linha de desenvolvimento do socialismo, investindo pesado na indústria e incentivando a criação de comunas populares, ou melhor, grandes fazendas coletivas e autônomas.
Entre os anos de 1956 a 1960, houve um grande salto na indústria e na agricultura, diferente das mentiras propagadas pelos inimigos do marxismo-leninismo-maoísmo. Para se ter uma idea, a partir de 1956 iniciou-se a produção de automóveis e motocicletas com base em protótipos desenvolvidos entre os anos de 1950 e 1953. Em 1958 a China além de iniciar a primeira transmissão de televisão também iniciou a produção dos próprios aparelhos. Maquinaria suíça foi comprada para a produção de relógios, além da produção agrícola ter batido recordes a cada ano. Nos anos seguintes também foram produzidos tratores, toneladas e mais toneladas de aço, máquinas de lavar roupas, geladeiras “Snow Flake”, turbinas de hidrelétrica, prensa hidráulica, e até computadores. Assim, o Partido Comunista sob a luz do pensamento Mao Tsé Tung foi capaz de transformar um país que até pouco tempo atrás era semifeudal em potência e baluarte da revolução proletária mundial até 1976.
Porém, a burguesia continuava infiltrada dentro do Partido Comunista, sendo respaldada pelos revisionistas soviéticos e seus capangas. Agindo com total cinismo, gente como Deng Xiaoping, Kao Kang, e Liu Shao Qi auxiliaram na sabotagem do Grande Salto à Diante, como por exemplo, na falsificação dos resultados obtidos durante as colheitas, provocando assim uma grave crise na distribuição de alimentos. A União Soviética pouco fez, enviou quantidade insuficiente de alimentos, obrigando a China a importar milho da Austrália e Nova Zelândia em 1960.
A sabotagem revisionista não parou por aí, tentaram corromper funcionários públicos, visando impor um modelo de administração burguesa, tanto nas fábricas, como nas fazendas e nas escolas, tudo isso respaldaria uma restauração capitalista que estava para ocorrer em meados dos anos 60.
Esta restauração capitalista a cada dia estava dia após dia corroendo as estruturas do socialismo e da Nova Democracia, visava aproximar-se de Kruschov e Brezhnev, transformando assim a ditadura do proletariado em uma ditadura da burguesia nacional, que consequentemente conduziria a uma restauração capitalista ainda na década de 60. Vários  quadros destacados do Partido Comunista (principalmente os que ocupavam postos dirigentes) estavam se corrompendo ou já haviam sido corrompidos pelo revisionismo de Liu Shao Qi, que na época era presidente da República Popular da China. 
Um pouco antes, mais exatamente durante os debates que se seguiram entre o Partido Comunista da China e o Partido Comunista da União Soviética no início dos anos 60, Mao Tsé Tung compreendeu os erros e os avanços do socialismo na União Soviética durante o período de Lênin e Stalin até a derrocada socialista iniciada por Nikita Kruschov e seus seguidores.
Assim, ele compreendeu que não bastaria destruir a burguesia apenas no domínio econômico, porque a burguesia tem a capacidade de se camuflar em outro sistema além de contar com um apoio internacional, que é o capital estrangeiro. Portanto, a burguesia fora do poder poderia subsistir como pensamento, costumes, ideas, portanto, as influências burguesias e feudais deveriam ser desmascaradas e aniquiladas.
No final de 1965, motins de estudantes e operários contra dirigentes burocratas começaram a ganhar força, mostrando mais uma vez a força e a sabedoria das massas, em reconhecer seus verdadeiros líderes e desmascarar os impostores. Esse ato revolucionário dos estudantes teve apoio dos revolucionários do Partido Comunista, incluindo o próprio presidente Mao, que no ano seguinte, lançaria a Grande Revolução Cultural Proletária.
Em 1966, foi publicada uma carta de 16 pontos onde Mao Tsé Tung e o Partido Comunista lançavam as diretrizes da Revolução Cultural, que adiaria a restauração capitalista em 10 anos, mostraria ao mundo todo a universalidade do “pensamento Mao Tsé Tung” e fortaleceria a China como baluarte da revolução proletária mundial.

Multidão de jovens, proletários e guardas vermelhos em 1966.
Assim, Mao Tsé Tung confiando na capacidade revolucionária da juventude e do proletariado dirigiu a ofensiva revolucionária contra as influências burguesas. Camponeses, operários, intelectuais, muita gente, especialmente os jovens aderiram às milícias populares, que ficariam conhecidos mundialmente como “Guardas Vermelhos”, defensores do pensamento revolucionário de Mao Tsé Tung.
Quando a delegação militar albanesa estava na China, Mao Tsé Tung perguntou aos camaradas albaneses se eles sabiam qual era o propósito da revolução cultural proletária. Eles responderam que o propósito da revolução cultural era desmascarar os corruptos. 
Porém, o grande timoneiro explicou que o propósito ia mais além, a Revolução Cultural serviria para destruir toda a influência burguesa, que se camuflava na ideologia, e nos costumes entre o povo.
Como o nome já sugere, a Revolução Cultural se tratava de uma REVOLUÇÃO, ou seja, ali se travava uma dura luta de classes, onde não tardou muito para que dirigentes burgueses também criassem seus próprios “guardas”, alguns inclusive anti-maoístas, que logo foram atirados no lixo da história.
Essa Grande Revolução Cultural Proletária atingiria de modo positivo todo o sistema socialista da China, começando desde baixo até os altos escalões. Vários dirigentes burgueses foram rechaçados pelo povo, e condenados pelos seus atos contra o povo e contra o socialismo, como Deng Xiaoping e Liu Shao Qi.
A história burguesa em coro com os revisionistas pós-76 tratam de dizer que a revolução cultural estagnou a economia da China, quando na verdade houve apenas uma leve queda entre 1966 e 1968, aumentando a partir de 1969 até 1979, quando a economia teve um retrocesso por causa da restauração capitalista.
É importante ressaltar que durante o período da revolução cultural a China lançou seu primeiro satélite artificial (1970), produziu a primeira TV em cores (1970), bomba de hidrogênio (1973), o arroz híbrido que aumentaria a produção em até 30% (1974). Ainda no ano de 1974, quase 100% (para ser mais exato, 98,5%) da produção total do país vinha do setor socializado, portanto, a República Popular da China avançava no socialismo.
Nessa época, vários partidos comunistas do mundo todo passaram a levantar bem alto a bandeira do marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsé Tung, levando o proletariado a obter importantes vitórias sob essa linha revolucionária, como em Moçambique, Kampuchea Democrática e na Colômbia, onde o PCML -C estava construindo a República Popular da Colômbia, superando os pseudo revolucionários do M-19, ELN e FARC.
Apesar do socialismo chinês e a Revolução Cultural Proletária terem sido derrotados após a morte de Mao, esse tempo serviu para adquirir experiência na revolução cultural, serviu para aprender os métodos corretos, para aprender o que deve e o que não deve ser feito. 
Nos anos seguintes à morte do Presidente Mao, Enver Hoxha, que outrora havia sido um importante aliado da revolução proletária mundial passou a tecer críticas no mínimo estúpidas contra Mao Tsé Tung, e ao contrário de comandar uma onda da revolução proletária, os partido comunistas que aderiram ao marxismo livresco de Enver Hoxha passaram a capitular, como o próprio PCML da Colômbia, que em 1984 iniciaria o processo em depor as armas.
Os partidos comunistas que seguiram apoiando Deng Xiaoping teriam o mesmo fim, passariam a capitular ao longo da década de 80, como o Partido Comunista da Tailândia, Malásia e Myanmar.
Algumas organizações proletárias e revolucionárias continuaram com a guerra popular sob a luz do pensamento Mao Tsé Tung, como TKP-ML, o PC das Filipinas e o PCML da Índia, porém, o final dos anos 70 abriria uma nova era para a revolução proletária mundial, que ficaria muito mais claro na década seguinte.

Guerrilheiros peruanos do Ejercito Guerrillero Popular em 2011.

Guerrilheiros do Partido Comunista da Turquia (ML).
Em 1980 o Partido Comunista do Peru, sob o comando do presidente Gonzalo iniciou a guerra popular, a primeira guerra popular prolongada iniciada depois da morte do presidente Mao. Indo totalmente contra a ofensiva revisionista que os hoxhaístas lançavam, o PCP junto com outros partidos comunistas lutaram pela imposição do marxismo-leninismo-pensamento Mao Tsé Tung no movimento revolucionário. Dois anos depois, o PCP lançaria a consiga marxismo-leninismo-maoísmo, lutaria pela adoção do maoísmo como terceira e superior etapa do marxismo-leninismo principalmente quando  surgiu o Movimento Revolucionário Internacionalista, organização revolucionária e internacionalista que reúne vários partidos comunistas revolucionários desde 1984.

Prisioneiras de guerra homenageando o presidente Gonzalo e o verdadeiro PCP.
O depois do Partido Comunista da China, o Partido Comunista do Peru foi o partido que mais se destacou em desenvolver e divulgar a linha revolucionária do presidente Mao.
Os aportes do presidente Mao Tsé Tung não se encaixam mais ao termo “pensamento Mao Tsé Tung”, porque o pensamento é o resultado da análise e compreensão das condições de determinado país sob a luz do marxismo-leninismo. Atualmente o os aportes de Mao Tsé Tung são a nossa linha guia, que serve de base para criarmos um pensamento revolucionário.
Portanto, o marxismo-leninismo-maoísmo desde muito tempo vem mostrando a sua universalidade, as descobertas e desenvolvimentos do presidente Mao servem como linha guia para que partidos e organizações revolucionárias de todo mundo possam resolver suas contradições, seja a contradição interna, contradição externa, ou ambas.
Texto extraído do Blog Grande Dazibao